terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Never tell the universe, it might be listening

Vou contar uma coisa engraçada para vocês. Ano passado, exatamente uma semana depois de ter escrito aquele meu último post sobre estar livre de todo e qualquer romantismo, eu fui contratada pela Livraria Saraiva para trabalhar na loja deles no Shopping Center Norte. Quem me conhece pode até achar dificil de acreditar, mas se eu estou num ambiente novo para mim onde não há nenhum rosto conhecido eu fico quieta, muda, só falo o necessário e tento não fazer nada de errado... Por sorte a chance de você encontrar pessoas legais e completamente malucas trabalhando em livrarias é de um milhão para uma, então me enturmar não foi o problema. O problema, caros amigos, foi que logo no segundo dia de trabalho eu estava escondida debaixo do balcão, descansando meus pézinhos sedentários que estavam desacostumados a ficar mais de meia hora em pé, quando ouvi um "Oi moça" e automaticamente olhei para cima, onde um guri da minha idade olhava para baixo com um sorrisinho fofo. Retribui o oi e começamos a conversar assim mesmo. Ele, do alto dos seus 1,82 olhando para baixo onde eu tinha reduzido os meus 1,57 pela metade me enfiando debaixo daquele balcão. Mesmo sendo final de Novembro com o Natal batendo na porta o movimento do comércio ainda estava tranquilo, o que nos rendia alguns minutinhos livres de clientes para conversar. Ah... Esqueci de contar, o nome do moço é Adriano, ele faz aniversario em 17 de Fevereiro, tem uma queda pela Demi Lovato e ama Linkin Park e Avenged Sevenfold, inclusive já foi no show das duas bandas quando elas passaram pela nossa amada paulicéia desvairada e bom... Ele é praticamente minha versão masculina e definitivamente mais nerd, e me chamou para comer com ele naquele mesmo dia. É claro que eu pensei com meus botões que ele era fofo e bonitinho, afinal que atire a primeira pedra quem nunca chegou a um lugar novo e listou mentalmente os caras (ou as gurias) que chamaram sua atenção, mas né? Isso não importa agora... Gordinhos que somos fomos comer na Pizza Hut, e durante os 20-que-fizemos-virar-30 minutos só confirmamos ainda mais a suspeita de sermos uma pessoa só separada em dois corpos, entre gordices e nerdices nossa lista de coisas em comum era tão extensa que em menos de seis horas de expediente nos tornamos melhores-novos-velhos-amigos. Trocamos nossos números e perfis no facebook e focamos em nossas respectivas atividades, afinal de contas aquela loja é nosso local de trabalho (mesmo que a zoeira nunca pare do nosso lado do balcão).

Ah é, esqueci de comentar. Ele tem um abraço maravilhoso! O bom de ser baixinha e abraçar pessoas mais altas que você é que elas envolvem você da cabeça aos pés e... É, eu sou louca por abraços, não conhecia o guri nem há cinco minutos direito e já o tinha abraçado duas vezes. Fim de expediente. Todo mundo cansado e querendo ir para casa, mas a conversa tava tão boa! "E você vai pra onde?" Eu vou pro Jardim São Paulo. "Você mora lá?" Não, mas meus pais me pegam lá porque é mais perto para eles. "Eu moro lá! Te dou carona!" Mas não vai atrapalhar? "Neem, relaxa." E saímos juntos da loja, falando mais que a boca, tão rápido quanto narradores de jogo de futebol, sobre um milhão de coisas ao mesmo tempo. Eu conheci os pais dele, ele conheceu os meus. Chegamos em casa, ele ligou o computador, eu continuei no celular por pura preguiça, tentando estudar para a temida prova de Semiótica que eu teria de enfrentar no dia seguinte, eu mais conversava com ele do que estudava (assumo que estudar nunca foi meu forte). Descobri que ele fez Tecnologia em Design Gráfico que nem eu, que também tinha ficado com DP em História da Arte e que ele acreditava mais em mim depois de um dia do que eu jamais acreditei em mim  mesma na minha vida toda. Eu não queria admitir, mas não gostar daquele guri de todos os jeitos possíveis estava sendo uma tarefa bem difícil, ainda mais com ele sendo todo fofo, com tantas coisas em comum. Ainda assim eu tinha feito uma promessa para mim mesma, chega de inventar histórias na minha cabeça e achar que elas iriam se tornar realidade, chega de pensar que um garoto gosta de mim só porque ele me trata bem... Eu iria me concentrar em mim, viveria pro trabalho e não ia mais procurar o amor em pessoas que não me queriam.

Foi aí que o terceiro dia no trabalho chegou. Consegui sobreviver à prova de Semiótica e estava em casa conversando com o bonito previamente mencionado - e eu sou péssima em manter conversas, não sei de onde tiramos tanto assunto - me arrumando para ir pro shopping, já brigando comigo mesma e cantando Winter Winds loucamente para me lembrar da minha promessa. Cheguei cedo e fiquei perambulando pelo shopping até dar a hora de ir pra loja. Cheguei. Senti alguem atrás de mim e sorri quando vi que era o amiguinho novo. Ele me abraçou e mordeu meu nariz. Eu senti um friozinho na barriga. Entramos na area de funcionarios. Bati o ponto. Ele me chamou para comer com ele de novo, eu disse "ok". Um outro guri dos caixas veio falar comigo e nos demos muito bem logo de cara, tanto que em menos de 3 minutos eu já tinha sido ameaçada com violência física... Eu não sei o que deu em mim, mas andei até meu novo amigo e pedi socorro. "Tão querendo bater em mim, me protege?", ele estava sentado e ainda assim era mais alto que eu. Senti seus braços me envolverem pela cintura e o queixo descansar no meu ombro. Naquela hora alguma coisa deu um clique em mim e eu fiquei em estado de alerta. Não Alessandra, não. Se concentra. 20h. "Lê, vamos comer?". Fomos até o Baked Potato porque era mais perto, eu ainda estava com sono pelas poucas horas de sono na noite anterior, e o abraço dele é tão gostoso! Não resisti, abracei. Ele comentou alguma coisa que eu não entendi e eu levantei a cabeça para ouvir melhor. Tão perto. Perto demais. Se controla Alessandra. Ele mordeu meu nariz e eu fiz careta, soltei do abraço para esfregar meu nariz e logo era nossa vez, pedimos e ele sentou do meu lado. Comemos e conversamos, conversamos sobre musica, sobre livros, sobre nós mesmos... Discutimos nossas opiniões e batemos o pé para defender nossos pontos de vista sobre o que eu ja nem lembro, ele disse que não, eu disse que sim, ele insistiu que não. Dizem que tudo o que precisamos nessa vida são 3 segundos de coragem e falta de bom senso. Eu me inclinei para frente e grudei nossos lábios, ele me beijou de volta e foi assim que eu conheci meu namorado, essa pessoa que me vê todo dia e que ainda assim me deixa morrendo de saudade, essa pessoa que me deixou ridiculamente apaixonada por ele em dois dias, que me fez desistir de desistir do amor e me deixou - e deixa todo dia - sorrindo por nada, feliz e apaixonada... Porque para tudo tem seu tempo, e se meu tempo de ser feliz, de amar e ser amada é hoje então por favor não me incomodem, estou ocupada demais sendo feliz.

6 comentários:

Ana Luísa disse...

Quando comecei a ler o post já sabia do que se tratava, e gente, que DELÍCIA de texto, Ale! Li com sorriso no rosto, que coisa mais filme de romance, gente! Amei tanto, estou shippando hardemente. Só odiei a parte que iam bater em você, que merda foi essa? Mas enfim, lindo, lindo, lindo! Quero mais posts dessa história! <3

Anna Vitória disse...

Que história FOFA a de vocês, Alê! Adorei que você escreveu sobre ela! Nem conheço mas já tô shippando horrores, pode? Quero que vocês dois sejam muito felizes e que seu tempo de amar e ser amada seja infinito <3
beijos

Dani G. disse...

Mas que lindo, fofo e maravilhoso. Fico tão tão feliz por você mana, é tão bom te ver assim, sabia? É tão bom encontrar alguém que completa de maneira que parece é você na versão masculina. É um delícia como as coisas acontecem quando menos esperamos. Muitas e Muitas felicidades <3

Anônimo disse...

Ai gente, que post lindo e maravilhoso! Tô encantada! Espero que vc seja felizzzz

gabi disse...

Ai, Alê, lagriminha de drama/alegria/felicidade/encantamento escorreu aqui.
♥♥♥

Milena M. disse...

Pensei: 'gente, esse título de post me faz pensar em apenas uma coisa TÁ LÁ OTP SHPPING LIKE THERE'S NO TOMORROW"
A história de vocês é linda demais e tô aqui rindo como uma boba. Aí lembro que você provavelmente tá assim até hoje. hehehehe
Beijo <3