quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Fazendo as pazes com John Green

Em Julho do ano passado, uma semana antes de um dos melhores fins-de-semana da minha vida, eu fui à Bienal do Livro de São Paulo com meus pais, deixando lá uma pequena fortuna em troca de livros de todos os tamanhos e edições. Entre eles estava A Culpa é das Estrelas, de um certo escritor norte-americano alvo de afeição de menina Milena, que tinha falado tanto desse livro na máfia que eu simplesmente tinha que comprar e ver se ele era mesmo essa brastemp toda…  ACEDE foi uns dos primeiros livros da pilha que levei para casa aquele dia a ser lido. Minha relação com o livro não vingou e eu, numa atitude que não condiz com as minhas atitudes rotineiras, dei minha cópia pra menina Ruvs que estava louca atrás do best seller, mas ainda não tinha adquirido. Eu não vim aqui fazer uma resenha de ACEDE, primeiro porque eu não sei fazer resenhas, segundo porque eu não gostei do livro. Não vou deslegitimar a qualidade dele, é um livro muito bom que realmente precisa ser lido (hence minha decisão de passá-lo adiante), mas ACEDE não me emocionou e me proporcionou apenas o tipo de dor que eu procuro evitar, aquela dor ruim, amarga, que te deixa num blues infinito e de mal com a vida. Eu sinceramente não entendia porque todo o alvoroço em volta daquele livro que não me causou nenhuma comoção que merecesse ser lembrada e a partir daí peguei uma birra sem precedentes com o Sr. Green. Besteira minha eu sei, mas ainda assim, apesar de sua evidente qualidade literária, decidi que não ia muito com a cara de John Green.

E mesmo sabendo que eu não poderia julgar o trabalho inteiro de um autor baseado em um livro dele, o tempo passou e eu fiquei um ano sem nem pegar num livro dele para analisar a edição (estudante de Design sofre com as “peças raras” que se encontram no mercado editorial depois que pega gosto pela coisa). Até que um belo dia passeando pelo instagram parei numa foto de um quote, o resto da pagina estava fora de foco e eu tive que perguntar “que livro é esse?” a resposta veio quase que imediatamente “An Abundance of Katherines”, junto com a promessa de que era um livro muito bom e etc. Confesso que fiquei meio receosa quando vi que era do John, mas estava decidida a acabar com essa implicância sem fundamentos e depois de muito esperar pela edição em inglês chegar a minha livraria preferida eu comprei meu segundo John Green. Duas das minhas pessoas preferidas da blogosfera já falaram que Katherines é o menos preferido dos 4 do senhor Verde, que é o mais fraco and I beg to differ.

Katherines subiu incólume no pódio de livros preferidos da vida, seja por sua narração tragicômica e simplicidade e acabou com maestria com a minha birra para com seu autor. Ainda que jogado para escanteio por mais algumas pessoas, minha identificação com Colin foi imediata (mesmo com a minha óbvia falta de 19 malignos ex-namorados) e sua busca pela importância de ser (bem menos dramática que a de Augustus, com todo o respeito) pintaram um quadro da minha vida em outros termos. Nunca fiz uma roadtrip e definitivamente não tive tantos namorados, mas com certeza já fui dispensada vezes o suficiente pra entender sua dor de dumpee.  Pode ser que eu seja chata como o Colin, e que a história da minha vida seja fraca, simples e sem grandes emoções como o livro (cujo ápice da aventura foi uma caminhada até o túmulo do Arquiduque Franz Ferdinand), mas Katherines tão incrivelente simples que tudo o que pude fazer depois de terminar, foi correr de volta pra livraria e comprar Looking For Alaska.


Mas pra essa história são necessários outros 500.

3 comentários:

Anônimo disse...

AAAAHHHH FINALMENTE ALGUÉM QUE GOSTOU DE KATHERINES TANTO QUANTO EU!!!!
fico muito chateada que o universo não gostou desse livro! Ele é FANTÁSTICO!!!! Ele e Alasca são meus preferidos!
Tô feliz <3

Flá Costa * disse...

Alê, eu não tenho nenhum furor por John, apesar de ter tentado. Ainda amo A Culpa é das Estrelas, mas é desses livros que quanto mais me distancio, menos colorido me parece, sabe?

Agora Katherine, eu semi-não-gostei! Achei fraquinho, sem graça e meio sem pé nem cabeça. Vai ver cada um entende o John de um jeito, vai saber!
Rs

Beijoca

Kamilla Barcelos disse...

Só já li ACEDE e gostei muito, Ale. Não me emocionei, mas até empolguei. Estou louca para ler os outros dele.