segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Na ponta dos pés

Quem me acompanha desde o falecido Desconexa Sensação sabe que sou viciada assumida e orgulhosa de música, que sempre que posso vou aos shows das minhas bandas preferidas e sempre acabo escrevendo sobre isso porque é preciso. Música é a minha religião e não há nada que me deixe mais revigorada mental e fisicamente do que um show, por mais paradoxo que pareça ser. Minha história com Apanhador Só é engraçada, eu nunca tinha ouvido falar da banda porto-alegrense até o segundo semestre de 2011, em Dublin, quando minha pessoa (já vivendo os primeiros perrengues da vida de intercambista) estava fuçando a biblioteca do itunes de um gaúcho que eu conheci por lá e acabei topando com a música deles, claro que sincronizei meu ipod com a biblioteca do gaúcho e graças a Deus Apanhador Só estava na seleção automática do iTunes. Isso dois anos atrás. Nesse meio tempo as músicas do álbum que levava o nome da banda e o Acústico-Sucateira foram minha trilha sonora para ir para a escola de inglês, voltar pra casa, ir ao supermercado ou simplesmente andar por aí... Também estava no meu ipod quando eu fui para Londres, quando eu voltei pra casa, até que meu ipod nano laranja morreu e junto com ele todas as músicas que eu tinha roubado do gaúcho.

Não sei bem quando foi que eu resgatei meu gosto por Apanhador Só – que nunca acabou, só ficou esquecido por culpa da minha preguiça e procrastinação -, mas eu sei que se em 2011 “Balão-de-vira-mundo” era a mais tocada do meu falecido ipod nano laranja, “bem-me-leve” ganhou meu coração, “Nescafé” continua fazendo um sentido absurdo pra mim, que só fiz me apaixonar cada vez mais pelas letras cheias de metáforas brilhantes e “tu”s e “teu”s e um sotaque delicioso. Lembro de ter surtado com a Bibs no facebook e de nós duas termos iniciado dona Milena na apreciação dessa banda indie nacional. Eu sei que há poucos dias atrás, meu celular vibrou com uma notificação do facebook com menina Gabriela surtando e me intimando para um evento que aconteceria no domingo que passou no parque mais famoso da cidade (pelo menos acho eu). Apanhador Só tinha marcado um show na capital paulista e mal eu fiquei sabendo desse show os ingressos já estavam esgotados, a banda que não é besta (e muito amor, na verdade) organizou uma intervenção Acústica Sucateira no parque pra dar uma chance dos fãs paulistas desinformados (tipo eu) poderem ter um gostinho de como é ouvir “Um rei e o Zé” ou “Cartão Postal” ao vivo.

E foi lindo. Uma pequena multidão tremendo de frio sob o céu cinzento e o vento gelado de inverno paulistano se ajoelhou ao redor dos quatro membros da banda, durante aproximadamente uma hora e meia, fazendo corinho com os meninos, aplaudindo e pedindo músicas e sendo atendidos como se fossem amigos íntimos da banda. Quem me conhece sempre sabe que eu nunca descrevo o show musica a musica porque eu sou simplesmente incapaz de uma coisa dessas, só sei que depois de dois anos amando muito essa banda, assisti-los cantar e tocar assim como quem não quer nada, sentada na grama, nem ligando pro frio e sorrindo a cada música preferida que iniciava eu fechei meu final de semana agindo contra todos os meus princípios e ficando depois do show pra comprar a camiseta e o cd da banda só pra ganhar um autógrafo do meu quase xará e um abraço tão gostoso que me deixou na ponta dos pés na volta pra casa, debaixo dos cobertores e antes da prova prática do DETRAN que eu não passei, mas nem liguei porque na minha cabeça quatro rapazes de Porto Alegre cantavam “E se não der” e eu preferi continuar no faz de conta. 


2 comentários:

Thay disse...

É sempre uma delícia acompanhar o show de uma banda querida. Não consegui ir em todos aqueles em que gostaria, mas os que consegui foram especiais e não vou esquecer tão cedo. É uma energia diferente, você a multidão cantando em coro. A banda dando seu melhor. Adoro!

E cá estou, ouvindo esses rapazes. Já gostei das vozes - e olhe que eu não gosto tanto assim de música nacional. Não é preconceito, é só um não acerto entre mim e a bandas brasileiras.

=*

Gabriela Petrucci disse...

ikjuygtfrderfghjkpçlkjhgfghjçfdflkjhgf

isso é a minha tristeza por não ter estado com vocês e a minha felicidade por compartilhar essa paixão com vocês e ai meu deeeus, como eu preciso de um show desses gaúchos lindos e ai meu coração eu não posso viver sem passar por isso!!!!!!

<333333

Beijo e não fica chateada com essa sua amiga que virou um zumbi. <3